Requisitos para ser um autodidata



“O termo vem do grego autodídaktos. Que ou quem aprendeu ou aprende por si, sem auxílio de professores.”  Wikipédia


Professor e aluno
Um autodidata tem a função de aprendizagem duplicada porque ele tem de ensinar e aprender. Pode parecer contraditório mas é mesmo assim. Num ensino regular, em que existe um professor a ensinar alunos, o professor selecciona o material que sabe que será necessário para os alunos atinjam os seus objectivos, de acordo com a área em que eles estão inseridos. E o aluno, neste sistema, tem apenas o trabalho de aprender. Chegar com uma mente aberta e pronta para recolher informações fornecidas pelo professor.

Mas no autodidatismo o aluno é também professor. Ele terá de estabelecer os seus objectivos e de acordo com os mesmos procurar toda a informação de que pode beneficiar de modo a atingir os objectivos pré-estabelecidos.

Maturidade e Multiculturalidade
Mas para isto é preciso muita maturidade. Maturidade para saber que muitas vezes aquelas matérias menos atraentes e que possam parecer secundárias são essenciais para criar um conhecimento forte e conciso.
No caminho do autodidatismo são muitos os que negligenciam certas áreas de conhecimento e mais tarde sofrem consequências desse erro. Resumindo, mais vale aprender tudo e devagar, do que tentar arranjar atalhos e acabar num precipício.

Exemplo de caso:
Se quiserem ser um modelador de personagens 3D, não bastará apenas aprender uma ferramenta 3D. Também devem expandir os seus interesses para outras áreas complementares:
 - Desenho  - porque, em primeiro lugar, vos dará uma noção excepcional do espaço e  volumes, o que será imprescindível na criação de modelos realisticamente correctos, e à medida que aprenderem mais desta arte milenar ser-vos-á mais fácil transferir as suas ideias para o papel e de uma forma mais fidedigna.
- Anatomia – essencial para modelar os diferentes componentes do corpo das suas personagens. Ajuda imenso saber aonde está o quê, para o que serve e como se altera com o movimento. E este conhecimento é válido tanto para personagens realísticas como as fantasiosas. Embora na fantasia e ficção-científica se crie seres que não existem é preciso dar-lhes uma estrutura lógica e funcional, independentemente de se parecer ou não com os seres que conhecemos.
- Ilustração – é certo que não quer que o seu personagem fique apenas com aquele material básico e sem vida. Por isso invista também em Ilustração, para poder aprender a texturizar com maior sucesso as suas personagens.
- Fotografia e Física – de modo a aprender como funciona o olho humano – ilusões a que é susceptível; as luzes – reflexões, refracções; as cores – saber organizar as cores numa composição de forma a transmitir melhor as suas ideias/emoções; etc.

E não foque apenas na parte física/técnica. Leia também sobre Comunicação Social, Psicologia de forma a dar às suas personagens mais do que uma mesh oca. De nada vale a pena ter qualidades técnicas se depois não souber transmitir, através das obras, ideias, pontos de vista, conceitos.



Organização e Planificação
E isto é só o início. Uma vez seleccionada toda a informação que acha necessária para construir um conhecimento bem estruturado, terão de segmenta-la e reparti-la cronologicamente. Organize as matérias por uma ordem funcional e coerente. Segmente cada bloco de conhecimento em pequenos bocados para facilitar a absorção de conceitos.

Depois disso tente calcular quanto tempo será necessário para entender cada conteúdo para poder criar um programa de estudos realístico. Nada do tipo “uma semana deve chegar para aprender Fotografia”. Lembre, quanto mais tempo perder agora a organizar tudo, mais ganhará no futuro.

Disciplina
Apenas agora passará ao estatuto de aluno e irá navegar por todo o programa que criou e irá, em primeiro lugar, criar um horário de estudos. Mas tenha o cuidado de criar algo realístico, que possa cumprir e que não interfira com as suas outras tarefas.

Leve sempre a teoria e a prática juntas
Com isto quero dizer que depois das aulas teóricas deve tentar sempre produzir um exercício para colocar em prática o que aprendeu. Preocupe-se ainda em manter um ritmo diário de aprendizagem, nunca caia na tentação de deixar para amanhã o que pode fazer hoje.

Relacione-se com os seus semelhantes
Relacione-se na Internet. Certamente haverão internautas interessados nas mesmas áreas que você, por isso vá a fórums, frequente grupos online, leia blogs sobre as matérias que está a estudar, será um óptimo exercício ouvir os que os outros têm a dizer.
Sempre que tiver uma ideia sobre algo, exponha-a. Assim terá um feedback da comunidade em que está inserido. Participe em debates, assim poderá os assuntos de outros pontos de vista e poderá adicionar ou rejeitar novas formas de ver um mesmo assunto.

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